sábado, 18 de outubro de 2008

A Educação e o Computador

A Educação e o Computador
Não importa quantas hipóteses você escute em contrário, não existe uma solução para os problemas do Brasil que não comece e termine pela educação. Ter bons mestres é essencial para ter bons profissionais no mercado de trabalho. Quando uma pessoa alcança um nível elevado na sua vida profissional, e percebe que já se tornou um grande mestre no seu ofício, ela tem a opção (ou quem sabe obrigação) de passar o seu conhecimento adiante, ajudando a formar outros profissionais tão bons quanto, ou mais, afinal um discípulo sempre tem a obrigação de superar o seu mestre, como me disse o meu avô citando alg.
Outro grande professor dos nossos tempos é a Internet. Esta frase pode até parecer tola ou piegas, mas eu não importo, porque é a mais absoluta verdade. Nós que vivemos conectados, sabemos que ao alcance de alguns clicks está um universo infinito de informação, que pode ser muito bem aproveitada desde que você saiba como filtrar. Se eu tivesse tido acesso a web quando era criança, seria hoje uma pessoa totalmente diferente, e isto me deixa confiante no futuro da humanidade, porque a nova geração mostra uma enorme intimidade com as novas tecnologias.
Para muitos isto é óbvio e claro, mas para quem não tem um computador em casa e precisa acessar a web de uma lan house ou lanchonete, a coisa é muito mais complicada, tanto que muitos sequer passam do Orkut. Sem contar naqueles que nunca viram um computador, e vivem as margens do difícil mercado de trabalho do Brasil, passando a vida vendendo produtos ilegais no meio da rua, sem qualquer garantia ou benefício. Se eles tivessem um computador em casa e soubessem como mexer nos programas mais usados pelas empresas, ficaria muito mais fácil conseguir um emprego decente.
Eu sou partidário de que cada Brasileiro deve ter o seu próprio computador em casa, mas só se ele quiser, é claro. Isto seria uma verdadeira democracia social, e ia permitir que milhões tenham a possibilidade de se informar sobre qualquer assunto, e quem sabe até ganhar dinheiro com isto. É claro que eu estou falando em assistencialismo, só de condições justas. Não proponho que o governo dê computadores para os mais pobres, e sim que acabe com a combinação de impostos e lucros extorsivos vigente nos Brasil dos dias de hoje. Tudo aqui é mais caro, muito mais difícil e em diversos casos, impossível.
O Brasil tem um dos impostos mais caros do mundo, e a área de tecnologia se enquadra em uma das alíquotas mais altas. Me disseram uma frase muito interessante outro dia, tudo que é relacionado a educação deveria ter um imposto menor do que o feijão. Nada pode ser mais verdadeiro, porque afinal de contas o feijão também deveria ter um imposto mais baixo.
Correndo até o risco de soar repetitivo, devo dizer que o computador é um grande instrumento de aprendizado. E como editor de um grande blog de tecnologia e gadgets, posso falar com autoridade e conhecimento de causa, os computadores no Brasil estão entre os mais caros do mundo, e isto complica e muito a vida de quem quer trabalhar nesta área por conta própria.
Conversando com o Brian Lam (editor do site Gizmodo.com) sobre o absurdo projeto do notebook OLPC com duas telas sensíveis ao toque, ele me deu uma incrível sugestão para disseminar a tecnologia entre as pessoas de baixo poder aquisitivo no Brasil e outros países em desenvolvimento, doar velhos computadores reciclados dos Estados Unidos e Europa que ninguém usa mais e que vão parar no lixo, isto já seria uma ótima solução, embora não definitiva.
A solução perfeita (na minha humilde opinião, é claro) passaria por um presidente e um congresso que fossem corajosos e visionários o suficiente para mudar totalmente o foco desta questão, abaixando os impostos sobre produtos de tecnologia e facilitando o acesso ao conhecimento. Depois era só seguir o exemplo bem sucedido da Índia, e abrir várias universidades de tecnologia avançada e dar todo o suporte e investimento as instituições heróicas como o C.E.S.A.R. e o NAVE - Núcleo Avançado em Educação, entre muitas outras.
Eu fico imaginando no progresso que teríamos se houvesse um grande investimento na educação, preparando melhor as gerações para o desafio do mercado de trabalho e ao lado de políticas para disseminar o livre acesso a tecnologia e a computação em todos os cantos do Brasil. Seria sonhar demais? Espero que não.
Nick Ellis

Nenhum comentário: